CHARLIE HEBDO, BOKO HARAM, TERRORISMO E O VALOR DA VIDA.
Minha mãe sempre dizia: “Para
morrer, basta tá vivo”. É uma afirmação óbvia, mas carrega implicações
sociais. Ninguém quer morrer! E está certo; pois quando Deus criou o homem
tinha a intenção de torná-lo imortal. A busca incessante da imortalidade é uma
das maiores provas que temos que foi Deus que nos criou. E, por outro lado, a
vontade e ação da justiça com as próprias mãos, em todas as suas formas, é uma
das provas contundente que a política do matar tem raízes no grande conflito
cósmico.
Vivemos em sociedade multicultural. O jeito de viver dos
povos os tornam diferentes, e é sábio aceitar isso. É direito de todos cultuar
o que quiser, como quiser, onde quiser. É inviolável o viver peculiar! Todos
têm livre arbítrio garantido por Deus. Em toda Bíblia, livro sagrado e voz de
Deus, encontramos evidências explícitas sobre o direito de ir e vir do ser
humano no planeta terra. A despeito da vontade do Criador, todos são livres de
viver como quiser. O dado concreto e perturbador é a questão dos limites
desrespeitados por intolerantes.
Em toda história bíblica, Deus trabalha muito bem os limites.
O Criador respeita os limites individuais; e nós devemos fazer o mesmo. As
pessoas têm liberdade para atuar, viver. Deus sabe disso e leva isso a sério.
No entanto, entre suas criaturas vem multiplicando os intolerantes às escolhas
individuais e tribais. O grupo A lutam contra grupo B. E mesmo facções do mesmo
grupo brigam entre si. O desrespeito ao livre arbítrio é gritante as imposições que as pessoas sofrem. Isso não é
novidade do nosso século. Os relatos bíblicos mostram que isso acontece desde
os primórdios. Nós cristãos identificamos Abel e Caim, fato registrado em
Gênesis, como o primeiro caso de repressão ao livre arbítrio, liberdade de
escolha, invasão dos limites individuais, imposição.
O presente século é diferente porque temos a mídia. As
repercussões dos casos do passado compreendiam ao tamanho de seu povo. Hoje o
mundo é uma aldeia. Questão de segundos; todos sabem. E em questão de segundos
todos vêem o tratamento diferenciado com as vidas. Todos vêem, mas pouquíssimos
enxergam como uns valem muito e outros valem tão pouco. Além de termos que
sofrer com a violência da imposição; temos que ser apunhalados pelo tratamento
diferenciado às vidas. Aos olhos egoístas, preconceituosos e parciais; os
brancos merecem militância. Os ricos devem ser protegidos. Os ocidentais devem
ser cultuados. Aos negros, pobres e sofredores restam-lhes apenas a lamentação
bem tímida. Estou falando dos jornalistas franceses e dos cristãos vítimas do
Boko Haram. Dia 03 de janeiro esse grupo terrorista mata 100 pessoas na Nigéria,
e quanto sabem disso? Dia 07 de janeiro atiradores matam 12, em Paris, França;
e o mundo chora e protesta!
A questão é muito mais profunda! Eu poderia dar um enfoque
social, mas quero enfatizar o lado espiritual. Embora muitos não concordam, mas
a espiritualidade perpassa por todos os âmbitos de uma pessoa, inclusive social.
Há uma frase que é profética. Esses episódios mostram a cumprimento e a
veracidade do conteúdo dessa frase: “Sabemos
que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno” 1 João 5:19. Para Deus temos um valor inestimável, somos todos valiosos; mas para o mundo, não é assim. O mundo é um reflexo do seu príncipe!
O mundo reagiu espetacularmente contra os terroristas da
revista Charlie Hebdo; mas cruzou os
braços frente ao Boko Haram. Os
presidentes do mundo mandaram condolências à França; mas nada dizem a Nigéria.
Um dado interessante e decepcionante é que a revista é ateia. A orientação
editorial da revista é ateia e sobrevive do ataque ao sagrado das religiões
monoteístas: cristianismo, judaísmo e islamismo. O mundo chora a morte de uma
dezena de ateus e não dão moral aos massacres de centenas de cristãos. Será que
é só por serem negros, pobres, sofredores que eles não tiveram manifestações acaloradas
nas mídias?
O que eu consigo ler é que o mundo jaz na mão do inimigo. Há
uma guerra entre o bem e o mal. Há dois generais com seus respectivos
exércitos. De um lado a Bíblia apresenta Jesus, e do outro se apresenta; o que
o apóstolo João chama de antiga serpente, grande dragão, Diabo e Satanás. Esse
ser promove todas essas injustiças e usa pessoas que se deixaram ser enganadas
por ele. E depois de tudo feito, joga na conta de Deus.
O apóstolo João diz que Satanás veio para “roubar, matar e destruir” (S. João
10:10). Ele quer destruir a religião e principalmente a cristã. Ele promove
essas barbáries para os homens questionarem Deus, acusarem Deus. As pessoas não
querem parar e entender o grande conflito, mas estão prontas a questionarem
Deus. Bilhões estão caindo no jogo do maligno. Você, neste momento, está sendo convidado a entender o grande conflito. Se não quer e nem
tem interesse; digo que você também não tem o direito de questionar Deus
(acusar Deus). É deselegante questionar alguém sobre um assunto que não se
conhece.
Sou contra todo tipo de violência. Sou contra o que aconteceu
com a revista Charlie Hebdo. Sou
contra o que Boko Haram faz. O ateu
tem o direito de ser e defender seu ponto de vista. O Boko Haram tem direito de
conduzir a vida deles como quiser. Mas ambos deveriam saber e praticar a
inviolabilidade do livre arbítrio do outro. Forçar, oprimir, ridicularizar,
perseguir, matar são coisas do Diabo. Conjugar esses verbos na prática é sair
dos próprios limites da liberdade de expressão e invadir os das outras pessoas.
Como diz o Dr Augusto Cury, temos apenas que “expor nossas idéias e não impor”. Sábias palavras!
* IMAGENS TIRADAS DA INTERNET
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